terça-feira, 19 de outubro de 2010

CURSO DE VIOLÃO (PARTE2)


Capítulo 2: Conhecendo o instrumento
Neste capítulo vamos conhecer de um modo geral, o violão. 
O violão se encaixa na categoria "Instrumento de cordas", possui 6 cordas, cada uma possui um diâmetro diferente e é capaz de produzir notas musicais a partir de suas vibrações. O violão pode possuir dois tipos de encordamento, Nailon ou Aço, é extremamente recomendado que o iniciante possua encordamento de nailon. Começamos a contar as cordas, da mais fina para a mais grossa, ou seja chamamos a mais fina de 1ª corda. As seis cordas, soltas, (quando tocadas sem as pressionar com nenhum dedo da mão esquerda) produzem as seguintes notas.
1ª corda: Mi
2ª corda: Si
3ª corda: Sol
4ª corda: 
5ª corda: 
6ª corda: Mi
O braço do violão está dividido em casas (pequenos retângulos delimitados por uma fina peça de metal). Ao pressionarmos uma das cordas com um dedo da mão esquerda, estaremos alterando sua tensão e consequentemente o som emitido por sua vibração, resumindo, estaremos tocando uma outra nota musical. As casas são contadas, no sentido da cabeça do violão para a caixa do violão.  
  
Capítulo 3: Afinação do Instrumento
Uma das coisas mais irritantes para um iniciante, é afinar o violão, primeiro porque ele ainda não desenvolveu habilidade auditiva, ele sabe que está desafinado, mas não sabe quando está afinado, e segundo, porque realmente é uma coisa difícil. 
A tensão nas cordas é regulada apartir das tarraxas (pinos que ficam na cabeça do violão, na extremidade do braço). Se o som produzido pela corda for mais baixo do que o desejado, é preciso girar a tarraxa correspondente para esquerda, isso irá aumentar a tensão na corda e fará com que o som fique mais agudo. 
Para afinar um violão, é preciso um som de referência, no caso pode ser a nota Lá, gerada através de um instrumento acústico chamado de diapasão, que pode ser de dois tipos: de percussão e de sopro, o primeiro é feito de metal e possui duas pontas, já o segundo é parecido com uma gaita. Este instrumento produz um som estabelecido internacionalmente pelo Congresso de Londres, em 1939. Numa temperatura de 20º C, o diapasão possui uma frequência de vibração de 440Hz, o que corresponde a nota Lá, que deve ser o som da 5ª corda solta. 
Depois de tomar uma verdadeira surra para igualar o som do diapasão com o da 5ª corda, podemos começar a afinar as outras. Procederemos da seguinte forma.
O som da 5ª corda pressionada na 5ª casa corresponde ao som da 
4ª corda solta (corda de baixo)
O som da 4ª corda pressionada na 5ª casa corresponde ao som da
3ª corda solta (corda de baixo)
O som da 3ª corda pressionada na 4ª casa corresponde ao som da
2ª corda solta (corda de baixo)
O som da 2ª corda pressionada na 5ª casa corresponde ao som da 
1ª corda solta (corda de baixo)
O som da 5ª corda pressionada na 5ª casa corresponde ao som da 
4ª corda solta (corda de baixo)
O som da 6ª corda pressionada na 5ª casa corresponde ao som da 
5ª corda solta (corda de cima)
Capítulo 4: Escala de Notas (Tons)
Depois de introduzirmos os conceitos fundamentais para iniciarmos o nosso estudo, iremos verificar o que acontece quando modificamos a tensão de uma corda, e entender porque podemos afinar o violão da forma proposta acima! 
Já dissemos acima que as casas são contadas no sentido da extremidade do braço até a caixa, ou seja a casa mais próxima da cabeça do violão (onde estão as tarraxas) é a primeira casa.
A diferença de som, de uma corda solta para a mesma corda, pressionada na 1ª casa é de 1/2 tom acima. Isso significa que o som está 1/2 tom mais agudo. Uma nota com meio tom a mais, é representada pelo símbolo #. Por exemplo: a 5ª corda solta produz um Lá, já a mesma corda pressionada na primeira casa, produz um Lá#. Quando aumentamos o tom, criamos uma escala ascendente (#) e quando diminuimos, criamos uma escala descendente(bmol), por exemplo, Si 1/2 tom abaixo é um Sibmol, que na verdade é igual ao La#, falamos Sibmol porque a nota original era o Si.
Se tivermos um Lá# e aumentarmos 1/2 tom (pressionando a 5ª corda na segunda casa) obteremos um Si. 
Todos sabemos a ordem das notas musicais:
 - Ré - Mi -Fá - Sol - Lá - Si - Dó
Do  para o Ré, aumentamos 1 tom inteiro, do  para o Mi e do Sol para o  também. Já do Mi para o  aumentamos 1/2 tom e do Si para o Dó também!
Por que o Mi e o Fá são diferentes?
Na verdade o que acontece com essas notas é o seguinte, tomaremos o Mi como exemplo, porem, acontece a mesma coisa para o Si. A frequencia de vibração da nota, que supostamente seria, Mi# é praticamente identica a frequencia do Fá. Para não termos duas notas com o mesmo som, (o Mi# e o Fá), decidiu-se que o Mi# seria automáticamente o Fá, sendo então abolido, portanto, não "existe" Mi# nem Si#!
Mi# não existe, seu valor é 
Si# não existe, seu valor é 
Pratique isso como exercício sempre que puder! 
Aumentando cada nota de 1/2 em 1/2 tom, Temos uma escala conhecido por "Cromática" 
Veja as escalas cromáticas de cada nota natural (entende-se por nota natural, Do, Re, Mi, Fa, Sol, La, Si) 


Solta
1ª     casa2ª casa3ª  casa4ª  casa5ª  casa6ª  casa7ª casa8ª casa9ª casa10ª casa11ª casa12ª casa
Nota+1/2 + 1 
+ 1 1/2

  +2 

+ 2 1/2

  + 3 

+3  1/2

+ 4 

+4  1/2

  +5 

+5  1/2

  +6 


Dó#


Ré#

Mi


Fá#

Sol

Sol#

La

La#

Si



Ré#

Mi


Fá#

Sol

Sol#


Lá#

Si


Dó#


Mi


Fá#

Sol

Sol#


Lá#

Si


Dó#


Ré#

Mi


Fá#

Sol

Sol#


Lá#

Si


Dó#


Ré#

Mi


Sol

Sol#


Lá#

Si


Dó#


Ré#

Mi


Fá#

Sol


Lá#

Si


Dó#


Ré#

Mi


Fá#

Sol

Sol#


Si


Dó#


Ré#

Mi


Fá#

Sol

Sol#


Lá#

Si
Apartir desta tabela podemos entender por que afinamos o violão pela método proposto acima, tomaremos um exemplo, para que isso fique claro: 
(Consulte o capítulo 2 se tiver dúvidas). 
Capítulo 5: Formação dos Acordes (Maiores)
Acorde é um conjunto de notas tocadas ao mesmo tempo, formando uma composição perfeita. Os acordes são usados para tocarmos a música própriamente dita, e apartir de agora começaremos o nosso estudo! Nós estudaremos acordes no padrão universal, pelo que chamamos de CIFRAS. 
Por exemplo o acorde Dó é uma composição perfeita pois é formado pelas notas: Dó, Mi, Sol. 
A maioria dos acordes são formados basicamente por 3 notas, o que chamamos de Tríade.
Quer saber como os acordes são formados?
Fazendo uma escala Diatônica (Entende-se por Escala Diatônica, o que seria uma escala variando de 1 em 1 tom, porém isso não acontece pois do Mi para o Fá temos 1/2 tom e do Si para o Dó também, por isso a escala Diatônica possui a seguinte variação: 1, 1, 1/2, 1, 1, 1, 1/2)
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII 
MiSolSi
MiFa#SolLaSiDo#
MiFa#Sol#LaSiDo#Re#Mi
SolLaLa#DoReMiFa
SolLaSiDoRe MiFa#Sol
LaSiDo#ReMi Fa#Sol#La
SiDo#Re#MiFa#Sol#La#Si
Resumindo: 
Mi + 1 tom = Fa#, porque Mi + 1/2 tom = Fa. 
Si + 1 tom = Do#, porque Si + 1/2 tom = Do. 
A primeira coisa que podemos notar é que você não entendeu nada do que nós fizemos na tabela acima! O que é normal, pois você ainda não sabe umas coisinhas:
Os números em romano significam o grau da escala, cada grau corresponde a um tom, menos do II para o IV, que temos 1/2 tom e do VII para o VIII que também temos 1/2 tom.
Um acorde é formado pela PRIMEIRA, TERÇA e a QUINTA notas do quadro acima!
Ou seja,  é formado por: La, Do# e Mi.
O Sol é formado por: Sol, Si e Re.
"Essa é a fórmula dos acordes maiores"
Outro ponto importante que podemos notar é que a I e a VIII são sempre iguais, isso é super importante, pois é um modo de você saber se está fazendo a tabela certo ou não! 
Treine bastante a tabela acima, tente faze-la numa folha de papel sem olhar, depois confira, essa tabela é o ponto chave para entendermos o que vem pela frente!

Capítulo 6: Formação dos Acordes (Menores)
Neste capítulo iremos introduzir um outro tipo de acorde, os acordes menores. Os acordes menores são representados pela letra m em minuscula. Ex: DOm, REm, FAm e etc!
Assim como os acordes maiores, os menores também são formados por conjuntos de notas, porém a tabela que teremos que fazer será um pouco diferente. Lembra que no capítulo 4 que da III para IV e da VII para a VIII aumentavamos 1/2 tom? (Se não se lembra dê uma olhada na tabela do cap. 4). Para os acordes menores, os graus vão mudar, confira a tabela abaixo e veja que agora temos da II para III e da V para VI aumentos de 1/2 tom. 
 


IIIIIIIVVVIVIIVIII
DOmRERE#FASOLSOL#A#DOm
REmMIFASOLLALA#DOREm
MImFA#SOLLASIDOREMIm
FAmSOLSOL#LA#DODO#RE#FAm
SOLmLALA#DORERE#FASOLm
LAmSIDOREMIFASOLLAm
SImDO#REMIFA#SOLLASIm
Lembrete:
Mi + 1 tom = Fa#, porque Mi + 1/2 tom = Fa. 
Si + 1 tom = Do#, porque Si + 1/2 tom = Do.
Se pegarmos a PRIMEIRA, a TERÇA e a QUINTA obteremos qualquer acorde menor!
Ou seja:
REm é formado pelas notas: REm, FA e LA
SOLm é formado pelas notas: Sol, La# e Ré
(O m na tabela só consta a título de demostração) 
 
Capítulo 7: Introdução a notação de CIFRAS
Cifra é apenas uma notação diferente para os acordes, muitos a consideram um método, e na verdade realmente é. Existem dois métodos mais conhecidos para aprender e tocar violão, o método da Pauta Músical, que é bem mais preciso, pois contém a oitava que a nota deve ser tocada assim como o seu tempo e todos os detalhes para que a música seja tocada exatamente como seu criador a compos. No método das cifras, o processo foi simplificado, porém depende muito mais da sua habilidade e criatividade para conseguir fazer com que a música lembre a original. Por ser mais simples de entender, as cifras foram se tornando o padrão mais conhecido e utilizado pelos músicos amadores, você já deve ter visto algo parecido com isso:
Garçom (Reginaldo Rossi)
Dm                                  Gm 
Garçom, aqui, nesta mesa de bar 
                                   A                                       Dm   A
Você já cansou de escutar, centenas de casos de amor 
Dm                                           Gm 
Garçom, no bar, todo mundo é igual 
                                      A                                          Dm D7 
Meu caso é mais um, é banal, mas preste atenção por favor


CifraNota correspondenteCifraNota correspondente
AAmLá menor
BSiBmSi menor
CCmDó menor
DDmRé menor
EMiEmMi menor
FFmFá menor
GSolGmSol menor
Capítulo 8: Acordes com 7ª
Existem notas que além de serem formados pela PRIMEIRA, TERÇA e a QUINTA são formados também pela SÉTIMA. Estes acordes são chamados de Acordes com 7ª. Neste capítulo aprenderemos a fazer os acordes com 7ª apartir das tabelas dos capitulo 4 e 5.
Para acharmos a sétima menor de uma nota devemos pegar a primeira (que é sempre ela própria) e diminuir um tom inteiro e para charmos a 7ª Maior (Ex. D7M) pegamos a primeira e diminuimos 1/2 tom!
Portanto a notação é:
X7 - Leia X com 7ª menor ou apenas, X com sétima
X7M - Leia X com 7ª maior.
Por Exemplo:
A7 (La com 7ª), pegamos o próprio Lá (nota), que é a primeira de A (acorde) e diminuimos 1 tom inteiro.
ou seja, o A era formado por, La, Do e Mi daí pegamos a primeira de A que é Lá e diminuimos 1 tom, então A7 é formado por Sol, Do e Mi.
Por que pegar a primeira e diminuir 1 tom para achar a sétima menor, qual é a lógica?
Muito simples, um acorde com sétima é formado pela TERÇA, QUINTA e a SÉTIMA, para encontrarmos a sétima, é mais fácil você pegar a OITAVA e diminuir 1 tom inteiro, não é mesmo? É, exatamente o que nós fizemos, lembra que a 1ª a a oitava são iguais! Baixamos direto da primeira porque já sabemos que a primeira de qualquer nota é ela mesma!
Vamos a outro exemplo: 
Como achar D7 (Ré com 7ª)?
Primeiro passo: Quais as notas que formam D? 
Elas são: Ré, Fa# e Lá (Consulte o capítulo 4 se tiver dúvidas)
Sabemos que a primeira de qualquer nota é ela mesma, então a primeira do acorde Ré é a nota Ré, então vamos achar a sétima diminuindo 1 tom da primeira. Ré - 1 tom = Dó
Então, D7 é formada por: Do, Fa# e Lá. 
(Cuidado quando for diminuir 1 tom de Fa e Dó, pois Dó - 1 tom = La# e Fá - 1 tom = Ré#) 
 
Podemos lembrar também todos os acordes se apresentam conforme as seguintes denominações:

a) ACORDES CONSONANTES: Representam a série de acordes que ao serem tocados transmitem uma sensação repousante e harmoniosa. Geralmente são as "posições" mais fáceis de serem tocadas Portanto, nesta fase do curso, vamos usar principalmente estes acordes.
b) ACORDES DISSONANTES: Ao contrário dos anteriores, estes transmitem uma sensação mais tensa, mais chocante (dando a impressão de pouco harmoniosa). 
Estes acordes são utilizados principalmente na execução da "Bossa Nova" e do "Jazz". Muitas vezes, quando estes acordes são tocados separadamente, transmitem uma sensação de "erro", porém, no contexto geral da música tornam-se agradáveis.
Podemos lembrar também que stes símbolos abaixo são utilizados para nomear acordes:
M ou + Lê-se maior 
+5 " com quinta aumentada 
6 " com sexta maior 
7 " com sétima (menor) - da dominante 
7M " com sétima - Maior 
9 " com nona - Maior 
m " menor 
m6 " menor com sexta 
dim ou o " sétima diminuta 
m7 " menor com sétima 
-9 " com nona menor 

 
Capítulo 9: Acordes Relativos
Existem alguns acordes que são bem difíceis de serem feitos, alguns usam pestana outros exigem uma abertura de dedo muito grande, ou seja, tudo que os iniciantes fogem! Para sorte de vocês, existem acordes que possuem som bem parecido com outro acorde!
Como os acordes são formados pela PRIMEIRA, TERÇA e a QUINTA, acordes que possuam a terça e a quinta iguais sãs chamados de relativas (A primeira nunca será igual, pois a primeira de qualquer nota é ela mesma, além disso, se fosse igual seria a mesma nota).
Vejamos as principais notas relativas. 


CifrasSuas Relativas
AF#m
BG#m
CAm
DBm
EC#m
FDm
GEm
Capítulo 10: Inversões
Fazer a inversão de um acorde significa colocar na base desse acorde, ao invés da nota fundamental, a mediante ou a dominante. Por exemplo: C é formado por: Dó, Mi e Sol. Sua primeira inversão, é em Mi, sua segunda Inversão é em Sol e sua Terceira Inversão é em Si, e o que isso significa? 
Mi, Sol e Si correspondem, respectivamente à TERÇA, QUINTA e a SÉTIMA de Dó. 
As inversas devem ser adicionadas as notas originais, ou, as notas originais devem ter o baixo na nota inversa. 
 
Exemplos: Existem duas notações: 


1ª Notação
2ª Notação
Quando temos algo parecido com X/Y, onde X é uma nota qualquer e Y é outra nota qualquer.
Quando temos algo parecido com X/N onde X é umanota qualquer e N é um número qualquer.
Exemplos:Exemplos:
G/AC/7
Em/BD7/9
Fa#/EE7/11
Você já deve ter visto algo parecido com isso: 
 
Tempos Modernos 
De: Lulu Santos
Introdução: (G/D D) A Em
G                       D              A7 A6 
Eu vejo a vida melhor no futuro 
Em                    G                   D A7 
Eu vejo isto por cima de um muro 
G        Em/B 
De hipocrisia 
Em                           C7+       C/D 
Que insiste em nos rodear
Na introdução, temos logo de cara um Sol com baixo em Ré, analizando a nota, através da tabela do cap. 5, descobrimos que Ré é a Quinta de Sol, ou seja, sua 2ª inversão!
Depois temos Mi menor com baixo em Si, Si também é a Quinta de Mi menor, portanto também é a 2ª inversão.
Já o Dó com baixo em Ré, na última linha, é uma outra nota, não é uma inversa, pois a inversa deve ter baixo ou na TERÇA, na QUINTA ou SÉTIMA. Analizado esta nota, chegamos a conclusão que o Ré, é a NONA de Dó. (ou SEGUNDA, mas a notação mais usual é a oitava superior)
Por que Ré é a Nona de Dó?
Sabemos que a PRIMEIRA e a OITAVA são iguais, por que? Uma oitava é constituida por 8 notas, por exemplo: Do, Re, Mi, Fa, Sol, La, Si. (1ª Oitava).Do, Re, Mi, Fa, Sol, La, Si, Do.  (2ª Oitava)
                       1     2    3    4    5     6    7                     8     9   10   11  12  13   14 15

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